
Vídeo produzido por alunos para uma escola. Selecionado como um dos maiores vídeos escolares. Traz informçãoes importantes sobre "As Cruzadas".
http://www.youtube.com/watch?v=1-dUZ_XkiS0
A Idade Média, ou Idade Medieval, foi um período que durou aproximadamente 1000 anos. Inicia-se em 476 (ano da queda do Império Romano do ocidente) e estende-se até 1453 (queda do Império Romano do oriente pela tomada de Constantinopla pelos turcos). Esse período costuma ser dividido em dois: a Alta Idade Média (cinco primeiros séculos) e Baixa Idade Média (os outros cinco séculos).
A maioria da população era camponesa e vivia em condições de grande pobreza, dominada pelos proprietários de terra. A economia agrária produzia poucos excedentes. As cidades tiveram pouca importância nesse período, já que com a crise econômica e as invasões bárbaras (causas do fim do Império Romano do ocidente) muitos senhores romanos abandonaram as cidades e foram morar em suas propriedades nos campos. Essas propriedades, conhecidas como vilas, deram origem aos feudos medievais.
Um fato importante que marcou esse período foi a mudança na forma de trabalho: na Antigüidade era a escravidão, passando a ser substituída pela servidão. Neste caso, o servo não é propriedade do senhor. O servo tem inúmeras obrigações e impostos a pagar a seu senhor, porém este lhe deve dar proteção.
No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca, lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um suserano, e quem recebia era um vassalo. O vassalo, ao receber a terra, jurava fidelidade a seu senhor.
A sociedade feudal era dividida
O senhor tinha a posse legal da terra, o poder político, militar, jurídico e religioso (quando era um padre, bispo ou abade). Os servos não tinham propriedade da terra e estavam presos a ela. Não podiam ser vendidos como se faziam com os escravos, nem tinham liberdade para abandonar a terra onde nasceram.
Essa organização da sociedade estamental era justificada pelo clero da seguinte maneira:
"O próprio Deus quis que entre os homens alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os senhores venerem e amem a Deus, e que os servos amem e venerem o seu senhor, seguindo a palavra do apóstolo: 'Servos, obedecei a vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai vossos servos de acordo com a justiça e a eqüidade' ".
O feudo
O feudo era o domínio do senhor feudal. Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, as florestas e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava na melhor terra cultivável. Pastos, prados e bosques eram usados
O declínio do sistema feudal
Tribunal da Igreja Católica instituído no século XIII para perseguir, julgar e punir os acusados de heresia. A Santa Inquisição foi fundada pelo Papa Gregório IX (1148-1241) em sua bula Excommunicamus, publicada em 1231. Heresias são doutrinas ou práticas contrárias ao que é definido como matéria de fé. Na época inicial da Igreja elas eram punidas com a excomunhão. Quando no século IV o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, os heréticos passam a ser perseguidos como inimigos do estado.
Na Europa , entre o século XI e XV, as heresias são geradas principalmente pelo desenvolvimento cultural, acompanhado de prosperidade econômica e crescimento urbano. As reflexões filosóficas e teológicas da época produzem conhecimento que contradizem a concepção de mundo defendida até então pelo poder eclesiástico. Além disso, surgem movimentos cristãos, como os cátaros em Albi, e os valdenses em Lyon, no sul da França, que pregam a volta do cristianismo às origens, defendendo a necessidade de a Igreja abandonar suas riquezas. Em resposta a essas heresias, milhares de albigenses são liqüidados por exércitos papais, entre os anos de 1208 e 1229.
A Inquisição é criada dois anos depois. A responsabilidade pela ortodoxia da religião passa dos bispos aos inquisitores, sob a direta jurisdição do Papa, e são estabelecidas punições severas. As penas podem variar, desde a obrigação de fazer uma abjuração pública ou uma peregrinação a um santuário até o confisco dos bens e a prisão em cadeia. A pena mais severa é a prisão perpétua, mas as autoridades civis automaticamente a converte em execução pública na fogueira ou na forca. Os heréticos não podem recorrer ao direito de asilo, e em geral, duas testemunhas constituem suficiente prova de culpa.
Em 1252, o Papa Inocêncio IV sanciona o uso da tortura como método de obtenção da confissão de suspeitos. As condenações dos culpados são lidas numa cerimônia pública no fim dos processos. É o chamado auto-de-fé. Nos séculos XIV e XV, os tribunais da Inquisição diminuem sua atividade e são recriados sob a forma de uma Congregação da Inquisição contra os movimentos da Reforma Protestante e contra as "heresias" filosóficas e científicas saídas do Renascimento. Vítimas notórias da fogueira da Inquisição são a heroína francesa Joana D'Arc (1412-1431), executada por declarar-se mensageira de Deus e usar roupas masculinas, e o italiano Giordano Bruno (1548?-1600), considerado o pai da Filosofia moderna, condenado por concepções intelectuais consideradas contrárias às aceitas pela Igreja.
Uma forma ainda mais violenta da Inquisição surge surge em 1478, na Espanha, a pedido dos reis católicos Fernando e Isabel, contra os judeus e muçulmanos, que são convertidos pela força ao catolicismo.
"Nunca os seres humanos se atiraram mais cegamente uns contra os outros, nunca o cristianismo se desacreditou mais frente ao mundo inteiro, como no processo contra as bruxas."
I- Acreditarás em tudo o que a Igreja ensina e observarás todos os seus mandamentos.
II- Protegerás a Igreja.
III- Defenderás todos os fracos.
IV- Amarás o país onde nasceste.
V- Jamais retrocederás ante o inimigo.
VI- Farás guerra aos infiéis até exterminá-los.
VII- Cumprirás com teus deveres feudais, se estes não forem contrários à lei de Deus.
VIII- Nunca mentirás e serás fiel à palavra empenhada.
IX- Serás liberal e generoso com todos.
X- Serás o defensor do direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal.
A Igreja católica era uma das principais instituições da Idade Média.Sua influência se exercia sobre todos os setores da sociedade, estava presente em cada costume e em cada ato da vida dos cristãos. Regulamentava as relações entre as pessoas (casamentos, doações de feudos...), definia o que devia ser feito em cada hora: tempo de orações, de jejum, de guerra e de paz. A mentalidade do homen era totalmente dominada pela religião. Aqueles que se afastassem de suas normas sofreriam punições: penitências, exigência de peregrinações e excomunhão. Com o surgimento de novas religiões e o enfraquecimento da Igreja, foi criada a Inquisição, um tribunal religioso que julgava e condenava os acusados de heresias, aqueles que não seguiam os preceitos cristãos (leia mais em A Inquisição, nesta homepage). Sendo tão rica e temida a Igreja detinha também grande poder político: os papas interferiam na política dos reis e imperadores, muitas vezes criando conflitos entre uns e outros.
O poder da Igreja na Idade Média
A Igreja foi a instituição mais poderosa da sociedade medieval do Ocidente. As magníficas catedrais construídasna Europa nos séculos XII e XIII são sinais impressionantes desse poder.
Naquela época não existiam usinas, fábricas, bancos nem máquinas. O importante era a terra. A riqueza era medida pela quantidade de terra que alguém possuía. A Igreja chegou a ser proprietária de dois terços das terras de toda a Europa. Era uma instituição poderosíssima, a "grande senhora feudal". Alguns mosteiros medievais eram verdadeiros feudos, enormes e com numerosos servos.
Todos os bispos eram proprietários de terras. Aliás, ser bispo era um grande negócio na Idade Média. Veja o que diz um bispo do século IX:
"Para ordenar um padre, cobrarei em ouro; para ordenar um diácono, cobrarei um monte de prata (...). Para chegar a bispo, paguei bom ouro, mas agora hei de rechear a bolsa".
Essa mentalidade demonstra como os membros da Igreja na Idade Média se deixaram seduzir pelos bens materiais. Arcebispos, bispos e abades eram os equivalentes aos duques, barões e condes e em geral viviam no luxo.
A Idade Média surge-nos, em termos bélicos, como um período de grandes desenvolvimentos tecnológicos, essencialmente provindos de dois grandes laboratórios, o Médio Oriente e a Península Ibérica. As duas zonas, que desde muito cedo se tornaram palcos de violentas batalhas entre mouros e cristãos, fazem com que a prática, a filosofia, a tecnologia e a própria génese da guerra evoluam. Temos que ter consciência que os termos cruzada e jihad surgem nesta época, e embora ambas tenham um significado extremamente semelhante, são dois paradigmas de uma realidade muito peculiar.
Quando da invasão da Península Ibérica por parte das hostes mouras, o povo dominante eram os Visigodos, cujos exércitos se apoiavam essencialmente numa infantaria pesada, muito lenta. Os exércitos mouros, todavia, utilizavam uma cavalaria extremamente veloz, com armamento defensivo muito ligeiro, que lhes permitia uma rápida evolução no terreno e que deu a estes exércitos a vantagem, pelo menos numa fase inicial, e permitiu a conquista da maior parte da península a um ritmo apenas observado nos conflitos contemporâneos.